sexta-feira, 17 de maio de 2013

Não há jornalismo sem repórter

Apesar disso, a grande maioria dos jornalistas vive desconectada da população, diz Francisco Karam
Por Leandro Lima

Karam: verificação, investigação e apuração como traços
diferenciais do jornalismo
Não existe jornalismo sem repórter que apure. Quem afirma é Francisco José Karam, jornalista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, que conversou com os alunos de Jornalismo da Unisul na noite de quarta-feira, 20 de abril. Em sua palestra, Karam afirmou que os jornalistas de hoje têm menos interesse e paixão pelo ofício do que no século passado porque a grande maioria vive desconectada da população, não freqüenta os mesmos lugares e também não anda de ônibus.

Apesar de o repórter ainda ser a figura de destaque no jornalismo, hoje, a sua função vem sendo redefinida pelo impacto das assessorias de imprensa e das redes de informação. Devido à grande quantidade de informações que chega às redações, ele é um grande definidor, um diferenciador e mediador da profissão. O repórter sempre será fundamental no processo de verificação, investigação e apuração, que vêm a ser traços diferenciais do jornalismo.

Sem a investigação do repórter, a notícia se torna uma repetição. Com as novas tecnologias, é possível fazer vários jornais sem repórter, mas a reportagem é e sempre será muito importante para o jornalismo, como mostra Karam. Apesar do apelo ético e social da profissão, muitos buscam nela apenas um modo de sobreviver e satisfazer um sonho de consumo com um bom emprego em uma assessoria de imprensa.

O lugar do repórter é na rua e não dentro da redação reproduzindo informação. As grandes reportagens e matérias dependem da ousadia e capacidade do repórter de estar aberto ao novo, ao fato, ao outro, como disse Fernando Evangelista, em palestra anterior aos alunos de jornalismo. Ser jornalista é saber ouvir, saber ver, ser curioso e buscar no dia a dia a informação.

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