sexta-feira, 17 de maio de 2013

Jornalismo, guardião do direito à informação

"O jornalismo é uma maneira de satisfazer os aflitos e afligir os satisfeitos, ele é a história à queima roupa"
Por Alexandre Mustafá Silveira

Jornalismo: defesa do interesse público
A sociedade tem o direito à informação através do trabalho dos jornalistas. Com base em pesquisa do perfil dos jornalistas brasileiros divulgada em 4 de abril de 2013, o professor e pesquisador em ética no jornalismo, Francisco José Karam, defende uma constante valorização dos jornalistas, com melhores salários e condições de trabalho. Para isso deve haver uma convocação das universidades, sindicatos, federações e da classe jornalística em favor de um jornalismo ético de qualidade, que assegure o direito de todos à informação, com liberdade de imprensa e respeito aos direitos humanos, salienta Karam, doutor em Kilmes, na Argentina, e pela PUC de São Paulo.

“Caso houvesse uma democracia plena midiática, com mais meios de comunicação, mais mídias, haveria mais olhares e abordagens com fontes diferenciadas", analisa Karam, que abriu sua palestra falando do jornalismo e sua trajetória. A profissão, segundo ele, sempre foi de interesse público, todavia esteve permeada de uma série de constrangimentos de interesses, na ausência de uma plena independência. Mas foi a partir de 1970 que gradativamente as empresas jornalísticas foram comprando ações de empresas de fora da mídia. Os jornalistas deveriam cumprir um papel com autonomia e independência, investigando e defendendo o interesse público. "Precisam manter esse papel mesmo em meio aos interesses de conglomerados da mídia, das empresas e anunciantes levando ao dilema que hoje se vê no meio das comunicações", pondera Karam.

Com o surgimento dos padrões novos de comportamento, houve a necessidade de criar os manuais técnicos com procedimentos éticos, necessários a uma determinada estética jornalística, para distintos públicos, com diferentes formatos. Existe uma lista de deveres e direitos profissionais, uns são realizáveis outros não, questionados o tempo inteiro, gerando reações de confirmação e aceitação e outros de rejeição, conclui Karam, que tem mestrado na Universidade de São Paulo. “Diz-se que o jornalismo é uma maneira de satisfazer os aflitos e afligir os satisfeitos: ele é a história à queima roupa “, assim o professor de jornalismo e ética da UFSC Karam, tentou expressar o sentido do jornalismo.

Os jornalistas defendem a relevância social da sua atividade, os empresários têm na relevância social a legitimidade para defender seus interesses, analisa Karam. De um lado fala-se que o jornalismo é o olho público da nação, o porta voz da realidade e da verdade, mas de outro lado fala-se que o jornalismo está terminando, está com os dias contados. O jornalismo é ainda uma das profissões mais apaixonantes, que com a força do saber, traz a luz como o nascer do sol.

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